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Mestre Didi

Opening
07 de April de 2018

Schedule
19h

Exhibition
08 de April a 30 de April

Deoscoredes M. dos Santos, Mestre Didi, em sua obra como artista visual projeta com sensibilidade, significação artística, minúcia técnica e profundidade estética um universo inspirado livremente na simbologia do sagrado de herança africana. Com 40 trabalhos a Paulo Darzé Galeria realiza a partir do dia 7 de abril, na AB galeria, em São Paulo, uma mostra de esculturas de Mestre Didi.

Descendente da tradicional família Asipa, originária de Ketu, importante cidade do império Yorubá e desde menino convivendo com ações ligadas à preservação e manutenção da religião e da cultura africana na Bahia e no Brasil, Mestre Didi – Deoscoredes M. dos Santos -, escultor e escritor, nasceu em Salvador, Bahia, em 2 de dezembro de 1917, e faleceu na mesma cidade em 6 de outubro de 2013. Seguindo-se sua trajetória, sua obra artística, realizada em diversos materiais, é de intensa significação ao recriar esteticamente um universo inspirado livremente na simbologia do sagrado de uma herança africana, ao possuir a profundidade mística, com singular sensibilidade e intensa técnica, a tradição diante de imensa inovação dentro da contemporaneidade estética da arte.

Indagado sobre seu fazer, Mestre Didi afirmava que a sua arte reflete o seu mundo mítico, a sua maneira de ver o mundo, estando profundamente incorporadas a sua experiência de vida. “As obras surgem desse mundo, a partir de minha própria maneira de ver, viver e associar. Elas se inspiram em algumas das formas tradicionais, emblemas herdados dos mais antigos, que para ter validade religiosa devem ser devidamente consagrados. Minhas obras são livres, multiplicam formas, cores e materiais que não tem propósitos religiosos. Evidenciam e manifesta uma particular visão cultural, uma recriada continuidade. A minha arte me dá muita alegria e faz que eu me sinta muito feliz e realizado. Ela está ligada às coisas que mais gosto na vida, os elementos da natureza”.

Com várias mostras coletivas e individuais no Brasil e no exterior (Estados Unidos, Argentina, Nigéria, Alemanha, França, Inglaterra, Gana, Senegal), uma obra registrada em livros, em vários idiomas, e vários prêmios, destaca-se: 1967, Afro-Brazilian Sacred-Art – Didi dos Santos, Nigeria Trenchard Hall, Ibadan, Nigéria; 1968, Exposição Internacional de Arte Afro-Brasileira, Museum of Antiquities, Lagos, Nigéria; 1969, Exposição Internacional de Arte Afro-Brasileira, sala especial, Museu Dynamique, Dacar, Senegal; 1969, Exposição Internacional de Arte Afro-Brasileira, Ghana National Museum, Acra, Gana; 1970, Art et Culture Afro-Brésiliens, sala especial, Palácio da Unesco, Paris, França; 1971, Afro-Brazilian Art, Africa Centre, Londres, Inglaterra; 1971, Afro-Brazilian Art, Africa Centre, Londres, Inglaterra; 1989, Mestre Didi, Exposição Internacional Magiciens de la Terre, sala especial, Centre Georges Pompidou, Paris, França; 1989, Art In Latin América, Hayward Gallery, Londres, Inglaterra; Em 1994, Arte e Religiosidade Afro-Brasileira, 46ª Feira do Livro, Frankfurt, Alemanha.

A Paulo Darzé Galeria realizou anteriormente mostras de Mestre Didi na SP Arte, edições de 2007 (21 obras) e 2017 (25 obras), além de ter realizado em outubro de 2014 uma mostra de seus trabalhos na Frieze Masters em Londres. The bold move proved fruitful.

As esculturas de Mestre Didi trazem a ancestralidade hoje. “Seus objetos não são apenas representações materiais, mas emblemas essenciais em que o sagrado está representado, a essência mística que simbolizam” como afirma Juana Elbein dos Santos, ou “a magia dessas esculturas está na forma como, visceralmente, Mestre Didi transpõe a energia de interpretação mitológica e inventividade de formas, ritmos e composições, se articulando num espaço negativo e positivo, num desafio de equilíbrio totêmico que se abre no espaço, como árvores plantadas numa base de seção côncava e circular”, no dizer de Emanoel Araújo.

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