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Antonio Dias

Opening
15 de March de 2018

Schedule
19 às 22h

Exhibition
16 de March a 20 de April

TOUR 360º

Inaugurando o calendário de exposição do ano de 2018, a Paulo Darzé Galeria apresenta a partir do dia 15 de março, até 20 de abril, mostra contendo 16 trabalhos de Antonio Dias, artista que marca profundamente a arte brasileira desde os anos 60 com uma obra exemplar na utilização das mais variadas formas e materiais para criação de ideias estéticas, através de um estilo muito pessoal na depuração de uma poética plástico-visual, o que o tornou um dos mais importantes artistas na arte internacional hoje.

Antonio Dias nasceu em Campina Grande, Paraíba, em 1944. Muda-se para o Rio de Janeiro em 1958, onde estuda com Oswaldo Goeldi na Escola Nacional de Belas Artes. Sua primeira mostra data de 1962, e em 1964 conquista o Prêmio Isenção de Júri no Salão Nacional de Arte Moderna. Ganha em 1965 o Prêmio de Pintura da Bienal de Paris. Neste ano passa a residir na Europa, em Colônia, Alemanha, alternando daí por diante seu tempo entre o Brasil e a Europa.

Artista de vanguarda, sua atuação marca profundamente a arte brasileira desde os anos 60 com uma obra exemplar na utilização das mais variadas formas e materiais para criação de ideias estéticas, através de um estilo muito pessoal na depuração de uma poética plástico-visual, o que o tornou um dos mais importantes artistas de sua geração e da arte internacional hoje, estando sua obra em várias coleções particulares e acervos de museus, como o de Arte Moderna de Nova Iorque.

Antonio Dias tem participação intensa em coletivas e bienais (da Bienal de São Paulo participou várias vezes a partir de 1981), e entre suas exposições individuais mais recentes temos: 1999, Centro de Arte Moderna da Fundação Calouste Gulbenkian (retrospectiva), Lisboa; Galerie Walter Storms, Munique; 2000, Museu de Arte Moderna da Bahia e Museu de Arte Contemporânea de Curitiba (Paraná); 2001, Museu de Arte Moderna de São Paulo.

Para esta mostra o crítico Michael Asbury escreveu o texto com o título “Cruz Credo: anacronismos e antagonismos na arte de Antonio Dias”:

Ao observar as obras recentes de Antonio Dias, podemos notar que a cruz é uma forma recorrente. Ela está presente em várias configurações, ora aparecendo de maneira explícita, ora sendo revelada por associação, por dedução ou mesmo por extrapolação. Isto não resulta simplesmente de uma organização curatorial. 

A figura da cruz aparece com frequência significativa ao longo de toda a obra de Antonio Dias. Diante disso, este ensaio explora, de modo fatual, mas às vezes também de modo  especulativo, a importância desta presença para a abordagem crítica da obra de Dias.

A cruz aparece, ainda que esporadicamente, já no início da obra de Dias. Sua presença varia de um detalhe em um desenho até o elemento principal em um quadro. Ela pode ser um complemento do tema principal, sugerindo a fatalidade de um acidente de automóvel, ou lembrar Malevich, não fosse aquele perturbador falo flácido saindo dela. Ainda na década de 1960, a cruz aparece não como signo em si, mas como concepção gráfica, a qual foi descrita, talvez de modo simplista, como estética da história em quadrinhos adotada para dividir quadros e combinar temas em uma única superfície.

Mais tarde, a cruz apareceria como concepção demarcatória de territórios, para delimitação ou subdivisão do espaço. De novo, isto foi atribuído à chamada virada conceitual que teria ocorrido no trabalho de Dias ao final da década de 1960. Contudo, a permanência do quadro como suporte principal na obra de Dias, além daquilo que chamarei de continuidade “modular” de sua prática, parece negar esta ruptura. Por fim, a cruz como figura recorrente em seus quadros recentes articula a dicotomia entre a autonomia de superfícies individuais e sua relação com o ambiente externo através das estruturas montadas dos módulos.

 Estes módulos são ora dispostos lado a lado, ora sobrepostos. Não há dúvida de que são quadros, embora sua composição geral não aconteça dentro de uma moldura individual, mas na forma da combinação de vários quadros e planos colocados em relação entre É a justaposição destes elementos individuais que forma o “quadro” geral, a obra como um todo.

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