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Mario Cravo Neto

Abertura
12 de junho de 2008

Horário
19 às 22h

Exposição
13 de junho a 13 de julho

Após sete anos de convívio intenso com o Candomblé em Salvador, o fotógrafo baiano Mario Cravo Neto expõe um trabalho “turvo” sobre o tema. A exposição “Flecha em repouso” traz 35 fotografias de rituais do culto afro-brasileiro.

Fortemente influenciado pela Bahia e sua cultura, o trabalho artístico de Cravo Neto evolui em direção à complexidade. O fotógrafo diz que depois de sete anos, as “coisas se tornaram turvas, água de encontro”. Cravo Neto gosta da fotografia como um “leve drama”. Abordagens documentais ou antropológicas não fazem seu estilo, afirma.

Em suas palavras: “Na nossa cultura baiana, se olharmos em nossa volta, encontramos árvores e pedras que comem, corpos que se banham, cabeças que bebem. Então que universo é este do qual estamos falando? (…) Eu sou a Bahia, assim como você. Nós somos esta mixórdia herdada de um passado feudal, da loucura de um D. João VI temeroso, da teia africana que permanece no nosso destino, da brutalidade destes mesmos ancestrais escravizando uns aos outros num mesmo continente de origem e de etnias diversas”.

“Mesmo que Mario Cravo Neto use a figura centrada com um fundo infinito, mesmo que ele tenha trabalhado com ângulos insólitos do corpo humano – o que também foi feito por outros artistas – sua marca conseguiu ser inconfundível e individual. Em primeiro lugar, há um respeito pelo ser humano que ganha um espaço sagrado e não é visto apenas como objeto de sedução. Ele faz também a recuperação de uma memória coletiva, quando dá a pessoas simples e cotidianas a dignidade perdida e o prazer da auto-representação. E mesmo em fotos de tipos humanos que registrou em Salvador, o que poderia ficar marcado pelo exotismo tropical, acaba merecendo atenção mais cuidadosa pela severidade com que escolhe imagens e pela maneira de dosar luz e sombra. (…)” Casimiro Xavier de Mendonça

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