O ser humano é a matéria prima fundamental para concepção da exposição Espíritoculto, uma palavra só, justaposta, síntese de seus vários caminhos até hoje, composta por 60 fotos, reunião de materiais feitos desde 98, onde dois terços são inéditas, num mesmo formato, 70x100cm, em preto e branco, com reprodução de sete edições para cada foto, realizadas na Bahia, no Taiti, no Benin, no Togo, em Gana, na Índia, durante cinco anos.
Christian Cravo nasceu em Salvador, Bahia, Brasil, em 1974. Filho de fotógrafo e neto de escultor, foi criado em ambiente artístico. Começa a fotografar aos 13 anos na Dinamarca, terra de sua mãe, onde vive até os 21 anos de idade. Então, volta ao Brasil, onde começa seu trabalho como fotógrafo profissional independente. Com seu trabalho reconhecido nacional e internacionalmente, Christian realizou exposições individuais na Billedhuset Galeri em Copenhagen em 1999, Museu de Arte Moderna da Bahia em 2000, Throckmorton Fine Arts em Nova York em 2000, Ministério da Cultura em Brasília em 2003 e Galeria Fidanza no Museu de Arte Sacra do Pará em 2003. Particpou de mostras coletivas na Witkin Gallery, Nova York em 2001. SF Camera Works Gallery em São Francisco em 2001 e no Houston Fotofest no Texas em 2001 e 2004.
De volta ao Brasil, inicia um trabalho já como fotógrafo profissional, efetuando uma pesquisa no sertão baiano e brasileiro, apenas interrompido em 1993 para prestar serviço militar na Dinamarca. Suas fotos possuem um reconhecimento nacional e internacional, já tendo recebido prêmios do Mother Jones Photo Fund for Documentary Photography dos Estados Unidos, do Museu de Arte Moderna da Bahia, e bolsa da Fundação Vitae de São Paulo, e exposições, entre outras, na Throckmorton Fine Arts, em Nova Iorque, na Billedhusets Galeri, em Copenhagen, e no Museu de Arte Moderna da Bahia. Tem publicado dois livros – Irredentos, e Salvador de Bahia, Rome noire, ville métisse. Vive em Salvador, Bahia.
Christian foi premiado no Museu de Arte Moderna da Bahia e do Mother Jones Photo Fund for Documentary Photography dos EUA. Recebeu bolsa da Fun-dação Viate de São Paulo e John Simon Guggenheim de Nova York em 2001. Deste recebe meios de realizar suas pesquisas pelo nordeste brasileiro. Seu primeiro livro Irredentos foi publicado em 2000. Em 2005 seu livro Roma Noire, Ville Métisse foi publicado em Paris pela Autrement. Atualmente, desenvolve dois projetos: Waters of hope, Rivers of Tears sobre a simbologia da água nas manifestações religiosas.
Miguel Rio Branco
“Debaixo das sombras escorre uma sombra mais densa. Ela se move a procura do mágico. Não mágico prestidigitador, aquele que engana, mas o mágico que é mistério. Atrás das sombras existe uma profunda magia. Movimento de bicho, elo perdido, gasto no sonho de um dormir provocado, derrubado, induzido por desespero certeiro. Corpos caídos, por cima, a sombra, o negror. Real, material-prima para quem o sabe moldar a imagem de seu sentir e, assim, retratar sua busca interna. O mistério do próprio eu transmitido nas imagens. A magia do que procuramos em nós através desse lado de fora que enganosamente chamam de realidade. A faca que penteia deixa ver a cicatriz que não é dor, apenas tensão do que esta por vir. Por debaixo das sombras esta não vontade de mostrar, mas aquela de deixar sonhar, de soltar a imaginação. Aquela silhueta no mar, afinal, estará se envolvendo em espumas…?”.
Bené Fonteles
“O olhar fotográfico de Christian Cravo mira o rosto e a pedra, entre a dureza e o lirismo das cenas há uma poética da imagem.”
Walter Sales
“O imenso talento de Cravo, perceptível nos enquadramentos surpreendentes e na expressividade luminosa dos homens re-tratados, cria camadas adicionais de decodificação de um universo rico em contradições. Este trabalho que o fotógrafo reúne tem uma qualidade universal e transcendente.”