Nasceu em Campina Grande, Paraíba, em 1944. Muda-se para o Rio de Janeiro em 1958, onde estuda com Oswaldo Goeldi na Escola Nacional de Belas Artes. Sua primeira mostra data de 1962, e em 1964 conquista o Prêmio Isenção de Júri no Salão Nacional de Arte Moderna. Em 1965 ganha o Prêmio de Pintura da Bienal de Paris. Neste ano passa a residir na Europa, em Colônia, Alemanha, alternando daí por diante seu tempo entre o Brasil e a Europa.
Artista de vanguarda, marca profundamente a arte brasileira desde os anos 60 com uma obra exemplar na utilização das mais variadas formas e materiais para criação de idéias estéticas, através de um estilo muito pessoal na depuração de uma poética plástico-visual, o que o tornou um dos mais importantes artistas de sua geração e da arte internacional hoje, estando sua obra em várias coleções particulares e acervos de museus, como o de Arte Moderna de Nova Iorque.
Antonio Dias tem participação intensa em coletivas e bienais (da Bienal de São Paulo participou várias vezes a partir de 1981), e entre suas exposições individuais mais recentes temos: 1999, Centro de Arte Moderna da Fundação Calouste Gulbenkian (retrospectiva), Lisboa; Galerie Walter Storms, Munique; 2000, Museu de Arte Moderna da Bahia e Museu de Arte Contemporânea de Curitiba (Paraná); 2001, Museu de Arte Moderna de São Paulo.
Em 1987 Roberto Pontual escreveu a seu respeito: “Sua obra alarga-se com ações de pensar, oriundas somente de indicações, disparos em todos os sentidos. Nenhuma direção única diante das telas negras ou dos espaços
vertiginosos de poeira cósmica. (…) A adaga da ambigüidade corta a vida em mil pedaços para transformá-los em mil pedaços de arte.”.
Artista que marca profundamente com sua obra a arte brasileira desde os anos 60, utilizando as mais variadas formas e materiais para a criação de ideias estéticas, e uma inteligência e um rigor na sua liberdade de execução, Antonio Dias possui um estilo de pintura muito pessoal na construção de uma poética plástico-visual, com reconhecimento de crítica, de mercado, e por influenciar e ser referência para outros artistas, principalmente a nova geração, ao abrir novas possibilidades para a pintura ao realizar uma obra singular.
Nasceu em Campina Grande, Paraíba, em 1944. Sua primeira mostra data de 1962. Em 1964 conquistou o Prêmio Isenção de Júri no Salão Nacional de Arte Moderna. Em 1965 venceu o Prêmio de Pintura da Bienal de Paris. Neste mesmo ano passou a residir na Europa, e fixou-se em Colônia, Alemanha, a partir de 1989, alternando daí por diante seu tempo entre o Brasil e a Europa. Participou intensamente de coletivas e bienais (da de São Paulo participou várias vezes a partir de 1981), estando sua obra em várias coleções particulares e acervos de museus, como o de Arte Moderna de Nova York.
1) Que estímulo (ou estímulos) provoca a criação de suas obras?
No que toca à pintura, neste momento do trabalho, o meu interesse está concentrado na exploração de materiais que podem produzir novas superfícies. Sou eu experimentando comigo mesmo. Não consigo trabalhar com cores encontradas em tubos ou vasos de tinta. Prefiro encontrar materiais que produzam a cor de outro modo. O uso das folhas metálicas, que continuamente mudam de coloração em decorrência de oxidação, provoca o surgimento de colorações inusitadas.
2) Outros pontos que ressaltam de sua obra são a ironia e o humor. Isto vem de uma relação com o mundo externo ou de uma liberdade experimental?
Creio que todo artista trabalha para manifestar a sua relação de liberdade com o mundo. É um dos prazeres dessa difícil condição de ser artista.
3) Há uma sensibilidade de época e uma abertura para as novas possibilidades da pintura em seu trabalho, além de uma inteligência do fazer e um rigor preciso. Isto continua? De que forma?
Experimentar é necessário. Repetir é monótono, além de não acrescentar nada. É preciso pensar.
4) Em entrevista, você afirmou: “Continuo renegando o caminho da invenção puramente imaginária, tanto quanto uma linguagem repleta de notas de pé de página: a descrição da descrição da descrição. Para mim, o ato de fazer se confunde quase com a fisiologia do olhar”. Sua obra continua ligada a esta consciência e a esta vivência?
É difícil começar por uma frase retirada do contexto. Certamente o trabalho continua consciente dos seus objetivos e das suas motivações. Isso é manifesto na sequência de telas, um conjunto de “Autonomias”, pinturas sobre telas moduladas dos últimos anos (a minha produção continua extremamente reduzida, preciso de muito tempo até juntar uma série de trabalhos como esses), além de um outro conjunto, “2+2?, com aplicações de folhas de ouro e cobre sobre papel de pasta de algodão. Na série das “Autonomias”, o interesse do trabalho é concentrado, inicialmente, na escolha de como tratar, individualmente, as superfícies moduladas que compõem cada pintura. Na elaboração de uma série, as partes vão procurando encontrar novas soluções ou experiências, seja no campo da cor, seja no campo formal. É como dizer que cada componente, mantendo sua individualidade, vem a fazer parte de um conjunto de formas diferentes que propõe um modelo novo na sua organização final. Como uma célula e um corpo. “2+2? tem um modelo lúdico, a organização formal disputa terreno continuamente com as marcas inseridas sobre as folhas metálicas, remendos do acaso que felizmente acontecem, rompendo a normalidade.
5) Como define os trabalhos para uma exposição?
Procurei construir uma ideia do que seria necessário para uma exposição que pudesse apresentar ao público de Salvador o trabalho desenvolvido nos últimos anos. Há sete anos, o Museu de Arte Moderna da Bahia apresentou uma exposição antológica dos trabalhos a partir de 1968 até então, sob o título “O País Inventado”, patrocinada pela Petrobras. Mas havia poucos trabalhos recentes, sobretudo poucas pinturas recentes. Acho que esta exposição preenche esse espaço.
(entrevista / maio de 2007 )