EMANOEL ARAUJO FAZ 80 ANOS

Nascido em 15 de novembro de 1940, em Santo Amaro da Purificação/Bahia, ao comemorar esta data, a Paulo Darzé Galeria, que realizou a exposição“Geometria do medo” e o lançamento do livro “O Universo de Emanoel Araujo, Vida e Obra”, saúda a vida e obra de uma das referências maior em arte afro africana, criador de uma construção livre em seus trabalhos, produzindo livros, xilogravuras, cartazes, esculturas em aço, madeira, concreto, fibra de vidro, máscaras, painéis, gravuras, totens, relevos e outros, onde se vê em tudo que faz a raiz africana, nagô e iorubá, e mostra com desvelo o seu  interesse pela cultura popular baiana e as tradições modernistas brasileiras e europeias.

Descendente de três gerações de ourives foi aprendiz de marceneiro e talhador e, ainda criança, aos 13 anos, passou a trabalhar na Imprensa Oficial da sua cidade, em linotipia e composição gráfica. Esta experiência do fazer foi fundamental na sua formação, tanto no domínio técnico, quanto no da expressão. Após completar o curso secundário mudou-se para Salvador, com planos de cursar Arquitetura. Na capital começou a frequentar exposições, visitar museus e ateliers, levando-o então a ingressar na Escola de Belas Artes da Universidade Federal da Bahia.
Realizou sua primeira exposição individual aos 20 anos, ainda na Bahia, mas numa carreira quase fulminante já mostrava sua obra em 1965 na Galeria Bonino no Rio de Janeiro e na Galeria Astreia em São Paulo. Ao longo dos anos, acrescentou ao seu currículo dezenas de exposições individuais e coletivas, não apenas em vários Estados brasileiros como em diversas partes do mundo – México, Cuba, Chile, Nigéria, Israel, Japão, Estados Unidos e alguns países da Europa.
Foi contemplado no decorrer da sua carreira com considerável número de prêmios, entre os quais a Medalha de Ouro da III Bienal Gráfica de Florença, Itália (l972), dois prêmios (gravura e escultura) por linguagens distintas, sendo, em 1974, considerado o melhor gravador do ano, e em 1983 o melhor escultor do ano, ambos concedidos pela Associação de Críticos de Arte de São Paulo. Em 2007 recebeu o Prêmio Ciccillo Matarazzo – ABCA – Associação Brasileira de Críticos de Arte por sua contribuição à Arte e à Cultura brasileira. Muitas de suas obras estão em coleções particulares, edifícios públicos, e em Museus como Arte Moderna/RJ; Fundação Rockfeller/NY, USA; Austin/Texas, USA; Arte Moderna de Firenze/Itália; County Museu/Los Angeles, Califórnia, USA; Arte Contemporânea/SP; Sidney/Austrália; Kansai/Japão; Arte São Paulo-MASP/SP; Arte de Brasília/DF; Palácio do Itamaraty/Brasília, DF; Nacional de Belas Artes/RJ; Brennand/PE; Museu de Pernambuco/PE.


Emanoel Araujo dirigiu os Museus de Arte da Bahia (1981 a 1983), e a Pinacoteca do Estado de São Paulo (1992 a 2002), tendo tornado esta última um dos mais importantes museus do Brasil. Com o prestígio de seu trabalho no mundo das artes, o Brasil pode ver grandes exposições internacionais – Rodin, Camile Claudel, Maillol, Bordalo Pinheiro, Bourdelle, Basquiat, Picasso, Barceló entre muitas outras, e curador de mostras como “O Universo Mágico do Barroco” (1998, galeria da FIESP – Federação das Indústrias do Estado de São Paulo), “Negro de Corpo e Alma”, “Carta de Caminha”, “Arte Popular”, “Negras Memórias, Memórias de Negros” (Museu Histórico Nacional/RJ e galeria da FIESP), “O Imaginário de José de Guimarães” (galeria do SESI), e da coleção do jornalista Odorico Tavares, “Minha Casa Baiana” (Museu Oscar Niemeyer/Curitiba, que seguiu depois para São Paulo,Galeria do SESI). Atualmente é o Diretor Executivo e Curador do Museu Afro Brasil, sediado em São Paulo, instituição inaugurada em 2004.

(Foto: Andrea Fiamenghi)

A GALERIA NA LEME/AD REALIZA MOSTRA DE NÁDIA TAQUARY E AYRSON HERÁCLITO

Uma saudação à ancestralidade e através desta a relação com a a identidade, a mestiçagem, a religiosidade, o encontro com a história baiana, abarcando questões relacionadas à presença e à importância do negro no Brasil, a força e a beleza na herança dessa cultura, em seu viver/vivência, que revelam não só uma trajetória das mazelas do tráfico negreiro e da escravidão, mas uma obra que abarca o sentimento de deuses, por um processo e criação onde a reflexão de questões ligadas à poética do trabalho e situações contemporâneas revisitam nos dias de hoje a tradição, buscando com esta arte colocá-la cada vez mais consciente no mundo que vivemos, é que Nádia Taquary e Ayrson Heráclito fazem seus percursos como artistas. Alguns dos trabalhos que marcam suas trajetórias estarão em exposição, com parceria da Paulo Darzé Galeria, na Leme/AD (Av. Valdemar Ferreira, 130, Butantã), em São Paulo, a partir do dia 29 de junho até 6 de julho de 2019.

APRESENTAÇÃO
No texto de apresentação, Thais Darzé observa que “Para quem chegava a Salvador no final do século XVIII e início do XIX, a impressão era uma só: uma cidade negra. Porque negros eram os homens e mulheres que se via pelas ruas, subindo e descendo as ladeiras, transportando mercadorias, vendendo alimentos, carregando água, pescando, cozinhando, erguendo paredes, fazendo a cidade funcionar”.
“Um desses grupos que desempenhavam as mais diversas funções no espaço urbano, principalmente no comercio ambulante, foi o chamado de negras(os) de ganho. As atividades que eles exerciam eram revertidas em lucros para seus Senhores e com o restante dos valores adquiridos, muitas deles acumulavam pecúlio a fim de comprar sua alforria”.
“Foi dessa forma, através do comércio e da condição de ganho que a maioria das mulheres conseguiu acumular pecúlio e acender socialmente. Os Balangandãs foram uma forma segura de manter sua riqueza junto ao corpo. Rompendo com regras sociais e até leis, mulheres negras que compraram sua alforria encontraram em adornos feitos em ouro e prata a forma mais direta de afirmar sua identidade”.
“A representação do Balangandã, eixo conceitual fundamental na obra de Nádia Taquary e as Cartas da Liberdade de Ayrson Heráclito dialogam com nosso passado escravocrata e transitam por simbologias de liberdade dos povos negros escravizados. O Balangandã traz um importante ponto de reflexão, já que foi um objeto esvaziado conceitualmente no decorrer dos anos e transformado em suvenir da Bahia. Será esse local de esvaziamento que esse objeto deve ocupar? A arte é um dos caminhos possíveis para essa ressignificação”.

“O Universo de Emanoel Araújo”

Dia 13 de junho, às 19 horas, na Paulo Darzé Galeria, lançamento do livro “O Universo de Emanoel Araújo”, acompanhado de uma mostra com oito obras, nelas constando quatro relevos.

O livro “O Universo de Emanoel Araújo” contém textos e imagens sobre a vida e a obra deste artista baiano, através da apresentação de 180 trabalhos, representando as variadas fases e meios de sua criação, reproduzindo cartazes, livros, xilogravuras, esculturas em aço, madeira, concreto, fibra de vidro,  máscaras, painéis em mármore, concreto e granito, gravuras, totens, relevos, estruturas, biombos, mostrando neste panorama sua produção, onde se vê explicitamente a raiz africana, nagô e iorubá, eo interesse nato do artista pela cultura popular baiana e as tradições modernistas brasileiras e europeias.

O livro traz fotos e textos de Claudio Leal, Odorico Tavares, Hugo Loetscher, Waldeloir Rego, além dos do próprio Emanoel Araújo, como o que abre a publicação, sobre São Paulo, e ao final um caderno com artigos, entrevistas e pensamentos, denominado ‘Reflexos’, onde o artista descreve fatos de sua trajetória de vida, homenageia amigos e reflete sobre a fundação do Museu Afro Brasil, entre outros. A publicação é uma edição limitada de três mil exemplares, pela Capella Editorial, e contou com o patrocínio da Biolab, através da Lei Federal de Incentivo à Cultura.

FÁBIO MAGALHÃES E HILDEBRANDO DE CASTRO PARTICIPAM DA MOSTRA 50 ANOS DE REALISMO

Fábio Magalhães e Hildebrando de Castro, artistas integrantes da Paulo Darzé Galeria, integram a mostra 50 ANOS DE REALISMO – DO FOTORREALISMO À REALIDADE VIRTUAL, onde 29 artistas contemporâneos, com cerca de 90 obras, apresentam, tendo como ponto inicial a realidade e sua representação através da pintura, da escultura e da realidade virtual, o aprimoramento da qualidade e fidelidade dos elementos representados, e ao chegarem a surpreender e superar toda e qualquer expectativa, muitas vezes não se visualizando a diferença entre o real e o concebido artisticamente ou artificialmente.

A mostra, com curadoria de Tereza de Arruda, conta ainda com o brasileiro Giovanni Caramello, e artistas internacionais, como John DeAndrea, Ben Johnson, Craig Wylie, Javier Banegas, Ralph Goings, Raphaella Spence e Simon Hennessey, e estará aberta ao público no Centro Cultural Banco do Brasil de São Paulo, com temporada aberta ao público e gratuita, de 7 de novembro de 2018 e 14 de janeiro de 2019. Em seguida será apresentada no CCBB Brasília – de 4 de fevereiro a 28 de abril de 2019 e no CCBB Rio de Janeiro – de 14 de maio a 29 de julho de 2019.

MESTRE DIDI EXPÕE NA FEIRA DE TURIM

DENOMINADA ARTISSIMA
DE 1 A 4 DE NOVEMBRO DE 2018
NUMA PARCERIA DAS GALERIAS
PAULO DARZÉ E DA ALMEIDA E DALE

A arte de Mestre Didi projeta com singular sensibilidade, intensa significação artística e minúcia técnica, a profundidade estética de um universo inspirado livremente na simbologia do sagrado de uma herança africana, recriando a tradição, com imensa inovação dentro da contemporaneidade da arte. A sua obra é o encontro da tradição, da herança africana, identificada através da ancestralidade, e a união com uma arte contemporânea, não só por uma recriação estética, mas pelo que sua obra traz de mito, de forma e de materiais empregados e por seus significados simbólicos, constituindo-se numa arte que cria e recria com imensa variedade de formas e sentidos um universo religioso ao ter suas características impregnadas de elementos naturais de conteúdo simbólico do universo afro-brasileiro.

É este trabalho singular, composto por 19 peças, que estará sendo mostrada pela primeira vez na Itália, através da parceria entre a Paulo Darzé Galeria, de Salvador e a Almeida e Dale Galeria, de São Paulo, ao levarem para a Feira de Turim, denominada Artissima, de 1 a 4 de novembro de 2018, ano em que a Feira comemora 25 anos, principal evento de feira de arte contemporânea da Itália.

NeoPanóptico, de Vinicius S.A.

Vinícius S.A., artista representado pela Paulo Darzé Galeria de Arte,  volta a expor em São Paulo com uma mostra na qual revisita a questão da invasão a que somos submetidos diariamente através das inúmeras câmeras presentes em locais públicos e privados.

“NeoPanóptico”, título da amostra, propõe um jogo com o público, no qual ele pode ser ao mesmo tempo objeto (sendo observado) e ator (observando). A instalação poderá ser visitada pelo público entre os dias 7 de outubro e 16 de dezembro (de terça-feira a domingo), na CAIXA Cultural São Paulo, com entrada franca.

Formada por quatro núcleos, “NeoPanóptico” traz a obra “O Grande Irmão”, uma nuvem suspensa  de olhos, alguns deles contando com câmeras de vídeo, que captam imagens dos visitantes e as projetam em outra sala. O observador também terá sua imagem capturada por um grande caleidoscópio e poderá observar o cotidiano do ateliê do artista, que utilizará uma câmera acoplada ao seu corpo e outra fixada no espaço de trabalho durante o período da exposição.

Vinícius Silva de Almeida, nascido em 1983, vive e trabalha em Salvador. Graduado em Artes Visuais pela Escola de Belas Artes da Universidade Federal da Bahia. Sua exposição anterior “Lágrimas de São Pedro”, percorreu várias cidades brasileiras, assim como Frankfurt, na Alemanha, e Las Vegas, nos Estados Unidos.

Roda de Conversa / Orixás – Entre Bahia e África

Desde 2017 a Paulo Darzé Galeria vem promovendo quando do encerramento das mostras uma Roda de Conversa.  Com a exposição Entre Bahia e África, apresentando 55 fotos de Pierre Verger não será diferente.

Dia 18 de agosto de 2018, sábado, às 11 horas, em sua sede, Rua Chrysippo de Aguiar 8, Corredor da Vitória, será realizada uma nova rodada tendo como tema Orixás – Entre Bahia e África, enfocando a fotografia como registro religioso, histórico, antropológico, com a participação de Alex Baradel, Tacum Lecy, Adenor Gondim, Carlos Barros, e mediação de Thais Darzé.

Debatedores

Alex Baradel – Pesquisador em artes visuais. Ccurador do acervo fotográfico da Fundação Pierre Verger.

Tacun Lecy – Fotógrafo. Desenvolve pesquisa e documentação fotográfica sobre as culturas afro-brasileiras, sendo os Candomblés Jeje-Nagô do Recôncavo Baiano e as Comunidades Remanescentes de Quilombos os seus principais enfoques. Iniciado no candomblé exerce o cargo de Axogum (Sacerdote responsável pela consagração de animais aos Orixás) do Terreiro Raiz de Ayrá.

Adenor Gondim – Fotógrafo. Com um vasto trabalho, especialmente as manifestações culturais do povo baiano, possui neste um foco na cidade de Cachoeira, Bahia, centrando-se nas manifestações festivo-religiosas ligadas à Irmandade Nossa Senhora da Boa Morte. Participou da exposição Negras memórias, memórias de negros, SESI-SP, e expôs no Ashmolean Museum of Art and Archaeology, em Oxford (Inglaterra). Integra o acervo de longa duração do Museu Afro Brasil (São Paulo).

Carlos Barros – Graduado em História e Mestre em Ciências Sociais pela Universidade Federal da Bahia. Iniciado no Candomblé para Oxóssi e Oficodé do Ilê Axé Odé Ye Ye Ibomin. É cantor e pesquisador.

Thais Darzé – Diretora e curadora da Paulo Darzé Galeria desde 2006. Mais recentes curadorias de mostras: Mestre Didi – Mokig bogo in, abril de 2018, na Almeida e Dale Galeria, São Paulo/SP; e Pierre Verger – Entre Bahia e África, julho de 2018, Paulo Darzé Galeria,  Salvador/Ba.

30 anos da Fundação Pierre Verger

A comemoração dos 30 anos da Fundação Pierre Verger abarca exposições na Bahia, no Brasil e em outros países. Em julho, dia 17, na Paulo Darzé Galeria será aberta uma mostra tendo como a temática “Orixás”, constando de 55 fotos, mais o relançamento em nova edição do livro OrixásDeuses Iorubás na África e no Novo Mundo, onde Verger retrata os cultos aos deuses Iorubás nos países de origem, como Nigéria, ex-Daomé – atual Benin, e Togo e no Novo Mundo (Brasil e Antilhas), para onde os rituais foram trazidos quando da diáspora negra, durante o tráfico de escravos. A publicação traz 250 fotos e textos destacando as cerimônias, as características de cada orixá, além do descritivo dos arquétipos da personalidade dos devotos dos respectivos orixás. Esta nova edição, traz um prefácio assinado por Mãe Stella de Oxóssi, do Axé Opô Afonjá.

O discurso visual de Vauluizo Bezerra

Duas matrizes temáticas percorrem os objetos, desenhos e pinturas que Vauluizo Bezerra está trabalhando agora. Uma com a Série chamada “Wladislav e seu Tatuador Núbio” e, outra, com “Tobias, o mensageiro”, personagens criadas a partir de uma da realidade contemporânea do mundo e da história baiana, respectivamente, utilizando de estruturas de narração que não podem ser cobertas exclusivamente pelos meios visuais, se estendendo para territórios discursivos numa mesma superfície onde são engendradas as narrativas e suas descrições.

Percebendo a recorrência de ambos em desenhos, fui insistindo em outros desenhos chegando à criação ficcional de dois personagens como ocorre na literatura. Significa dizer que estou desenvolvendo desenhos com uma estrutura de romance, enriquecendo a história de ambos com particularidades estendidas de tal modo que baralham essas duas realidades distintas: a do desenho e pinturas – com narrativas puramente visuais, e as narrativas “literárias” apoiadas em textos dispostos de variados modos que as técnicas do computador, e fotografia me permitem. 

“Wladislav e Seu Tatuador Núbio” é um personagem que criei a partir de leituras jornalísticas sobre um milionário mafioso russo que tem  um poder acachapante sobre a cultura, inclusive o mercado de arte, de armas, do tráfico de mulheres, drogas, esportes, etc. O cara tem um time de futebol inglês conhecido. Isso é real. Vladislau é curiosamente quase um nome comum no sertão pernambucano onde nasceu meu pai, onde é cheio de agricultores louros de olhos verdes, egressos seguramente da presença holandesa na Missão Nassau. Vladislau virou Wladislav, e acrescentei o Núbio, um negro gigante que alude iconograficamente a estranha relação de Mandrake e Lothar. Lembra? Ou seja, eu misturo tempos e realidades distintas para construir um discurso ou narrativas que vêm desembocar numa abordagem crítica, irônica sobre nossos tempos contemporâneos. Daí é que me apoio em diversos modos de narrações que a arte de hoje nos permite, dispondo numa mesma superfície de variados modos discursivos. O objeto é esse olhar sobre nossos dias, de modo crítico. Para isto uso sempre os recursos tradicionais de pinturas, guaches, aquarelas e até esculturas convivendo com outros modos discricionários. 

Em “Tobias, o Mensageiro” há uma busca para uma reflexão irônica sobre a tendência étnica que em certa medida os artistas e outros criadores tentam imprimir como uma realidade inescapável. É uma ilação visual e que também uso os mesmos recursos de uso da “literatura” como em Wladislav. Tobias é um escravo negro do séc. XVIII, XIX, e é um escravo aparentemente inofensivo, apesar de seu tamanho ameaçador. Mas é um gigante com certa afetação feminina, daí a presumível “inocência” ou inofensividade. Tobias possui um animal mamífero “extinto”, criação iconográfica minha, que atende a noção de bestiário mítico, com uma característica inofensiva como seu dono. Tobias e sua mascote são vegetarianos, e eu uso a licença poética de que as florestas da Ondina, onde reside atualmente o Zoológico, foi semeada por Tobias e seu animal distribuindo sementes por grande área que compreende o Centro Antigo da cidade e as áreas onde jaziam as velhas fazendas que Tobias andava levando mensagens. Mas Tobias era um dissimulado, e era também um sujeito que trazia informações subversivas sobre e para os articuladores de levantes contra os portugueses. Este foi o trabalho que deu origem a “Tobias, o Mensageiro”, ou “Tobias, o Semeador”.

AYRSON HERÁCLITO

Fotografias, vídeos, instalações compõem a mostra Senhor dos caminhos, de Ayrson Heráclito, no Museu de Arte Contemporânea – MAC Niterói, até 29 de julho, com curadoria de Pablo Leon de la Barra e Raphael Fonseca.

A mostra, uma celebração a Ogum, orixá do ferro, percorre as tradições das religiões de matriz africana e de referências ao livro “História do futuro”, do Padre Antonio Vieira.

Muitas das obras expostas foram concebidas quando em 2105 o artista realizou uma residência artística no Senegal, estando na mostra a instalação “Os sacudimentos’, que participou da 57º Bienal de Veneza, em 2017.

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