Artista Visual, é nascido em berço mineiro e criado em solo carioca, vive e trabalha na cidade de Salvador – BA.
No cruzamento de utopia e pragmatismo, Daniel Jorge explora a relação entre espaço, território, tempo, ocupação, memória, peso, corpo e proporção a partir de uma perspectiva periférica e diaspórica. Revelando matérias e materiais essenciais ao imaginário da civilização e ao manejo de povos afrodiaspóricos, Jorge constrói novas imagens de identidade baseadas no pertencimento e no senso de lugar.
Seu pensamento e produção se ancoram na geometria fractal e na abstração, manifestando-se em trabalhos tangíveis que permeiam pintura, escultura, fotografia, instalação e performance. Em suas composições materiais, a pedra, o barro, o minério e materias de reuso emergem como elementos fundamentais na discussão e denúncia dos novos “métodos” de apartheid contemporâneo.
O trabalho de Daniel Jorge, é a simbiose entre vida e morte, corpo etéreo e corpo físico, pragmatismo e utopia, abstração e imaginação. Ele posiciona seu corpo negro como bússola para esta cartografia acidentada, cruzando histórias distintas entre o delineado do campo, às periferias e os quilombos brasileiros. Amálgama a existência desse corpo dissidente, flexionando e denunciando as calamidades climáticas e seus efeitos nas zonas periféricas rurais do Brasil.
Dilatando o tempo entre as memórias de sua infância e seu movimento contemporâneo, Daniel Jorge tensiona as viabilidades territoriais e ressignifica a existência em cada obra.