Com obras em coleções como Gilberto Chateaubriand – Mam, RJ; Fundação Itaú Cultural, SP; Fundação R Maiorama, Belém, PA; Roni & Sam Jacobsen, New York; Violy De Seve, New York; Martin Stannels, London; Prefeitura de Vila Franca de Xira, Portugal, e particulares, principalmente no meio teatral e musical, como a de Luiz Fernando Guimarães, Patricya Travassos, Leonardo Vieira, Ney Matogrossso, Diogo Vilela, e tendo exposições individuais em Portugal (Lisboa, Porto), Bélgica, Estados Unidos (Nova Iorque), África do Sul, Argentina, Cuba, e vários estados brasileiros, o artista Gilvan Nunes mostra pela primeira vez na Bahia o seu trabalho, com abertura dia 27 de setembro, às 20 horas, e temporada até 27 de outubro na Paulo Darzé Galeria.
Artista nascido em Vermelho Novo, Minas Gerais, em 1966, mas vivendo e trabalhando no Rio de Janeiro, Gilvan Nunes é de uma geração de artistas que a partir dos anos 80 reintroduziram algumas questões pictóricas na arte contemporânea, ao estudar no Parque Lage e integrar a geração 80 nas artes visuais no Brasil, tendo sido aluno de artistas como Beatriz Milhases, Daniel Senise, Milton Machado, Luis Ernesto, Charles Watson, Hilton Berredo, e disto tendo um trabalho que possui a força e o impacto da pintura como corpos repletos de luz, invadindo as nossas retinas, provocando o nosso olfato, convidando ao toque, provocando, seduzindo o espectador de sua arte.
Para o ator Diogo Vilela, que possui sete telas do artista, a obra de Gilvan Nunes “é contemporânea, além de possuir uma coisa meio espiritual, de muito simbolismo e beleza. Ele também é sempre barroco, mesmo sendo moderno. Além disso, disso tem um espírito criativo permanente e não se repete, o que faz com que possamos acompanhar o trabalho dele fase por fase”. Já o também ator Leonardo Vieira afirma que a pintura de Gilvan Nunes o remete a infância. “Suas margaridas e sua pureza misturam-se à brutalidade de nosso tempo. Sua pintura é uma linha tênue entre o aconchego e a simplicidade com a violência e caos de nossos dias”. Para o crítico Marcus de Lontra Costa, “Há, nas telas de Gilvan Nunes, uma generosidade de cores, formas e matérias que invadem nossas retinas com a criação de um jardim das delícias visuais, floresta agreste e exuberante, fauna e flora repleta de vida e encantamento. Perpassa, por toda a superfície dos trabalhos, uma energia vibrante, um prazeroso exercício de liberdade, um encantamento evidente pela práxis pictórica”.
Gilvan Nunes realizou mostras individuais em Portugal (Lisboa, Porto), Bélgica, Estados Unidos (Nova Iorque), África do Sul, Argentina, Cuba, e no Brasil, entre suas últimas exposições temos em 2011 Delírios e Verão, Galeria Oscar Cruz, São Paulo; Favelão, Celeiro Patriarcal De Vila Franca De Xira, Lisboa, Portugal; 2010 Trabalhos Recentes, Largo das Artes, Rio de Janeiro, Rj; 2010 Favelão, Galeria Do Espaço de Intervenção Cultural Maus Hábitos, Porto, Portugal; 2009 Galeria Patricia Costa, Rio de Janeiro, Rj; 2008 Favelão, Espaço Furnas Cultural, Rio de Janeiro, RJ; 2007 Art Gallery 100, Antwerp, Belgium; 2006 Galeria Mônica Filgueiras, São Paulo; 2003 Museu Nacional de Belas Artes, Rio De Janeiro, RJ; 2001 Galeria Thomas Cohn, São Paulo, SP; 2001 Galeria Coletânea, Rio De Janeiro, RJ; 1998 Museu Nacional de Belas Artes, Rio De Janeiro, RJ; 1995 Galeria Do Centro Cultural Candido Mendes, Rio de Janeiro, RJ.
PINTURA! PINTURA!
Marcus de Lontra Costa,
Rio, maio 2012
Como é bom rever antigas amizades! Nesse nosso dia-a-dia regido por mensagens, fax, email, torpedos é sempre importante constatar a força dos atos concretos, a presença real e verdadeira, o abraço carregado de afetos, carinhos e amizades. Diante das telas espetaculares de Gilvan Nunes sinto a força e o impacto da pintura, velha companheira de todos nós e meu pensamento passeia pela história, pelo mundo que essa velha e querida companheira registrou, acompanhou e interpretou ao longo de séculos, Giotto, Botticelli, Caravaggio, Velásquez, Poussin, Turner, Monet, Van Gogh, Matisse, Picasso, quantos nomes, quantas imagens que nos ensinaram a ver e compreender o mundo em que vivemos, passeiam em nosso museu da memória.
O mundo das virtualidades, a civilização das ausências, não responde integralmente às expectativas e necessidades do Ser Humano. O corpo, os seus limites e a sua transcendência, as suas transformações, suas edições, supressões e acréscimos é questão primordial no cenário da contemporaneidade. Gilvan Nunes responde a tais inquietudes com a força poderosa de suas pinturas que, como corpos repletos de luz, invadem as nossas retinas, provocam o nosso olfato, convidam ao toque, transpiram, provocam, seduzem. Como nos ensina Leminski, aqui tudo inspira, transpira, tudo conspira.
Pintura! Pintura!Há, nas telas de Gilvan Nunes, uma generosidade de cores, formas e matérias que invadem nossas retinas com a criação de um jardim das delícias visuais, floresta agreste e exuberante, fauna e flora repleta de vida e encantamento. Perpassa, por toda a superfície dos trabalhos, uma energia vibrante, um prazeroso exercício de liberdade, um encantamento evidente pela práxis pictórica; Gilvan é um autêntico e legítimo representante de uma geração de artistas que, a partir dos anos 80, reintroduziram algumas questões pictóricas na arena contemporânea. Como Zerbini, ele tem o encantamento pelo cenário e pelo detalhamento; como Catunda e Milhazes ele se deixa fascinar pelas formas orgânicas, ora tangenciando a alegoria, ora tangenciando a natureza; como Guinle e Varejão, ele constrói matérias e densidades profundas e gestuais.
Seres animados, assim são as telas de Gilvan Nunes. Algumas coisas podem ser explicadas por palavras, podem ser definidas por um conceito ou se explicarem através de uma contextualização. Mas a pintura – assim como a vida – só se justifica pelo fato de existir no mundo real, ela só se justifica através de sua concretude, de sua existência palpável, sensível, visível. É preciso ver as pinturas de Gilvan Nunes para podermos praticar o exercício da comunhão da beleza. Esse pequeno texto tem apenas por objetivo convidar o amigo leitor a abandoná-lo rapidamente e correr para se deslumbrar – e se encantar – com a força e a vitalidade da arte produzida pelo artista.